15 setembro 2006

Primeira chicotada psicológica da época

Desta vez todos os recordes foram batidos! Estamos na 2ª jornada e já a Direcção do Vit. Setúbal tira o tapete debaixo dos pés de Hélio Sousa. O clube empatou o primeiro jogo da época em casa com a Académica, perdeu na 2ª jornada na deslocação ao Restelo e perdeu em Alvalade com os holandeses do Heerenveen na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA desta época, casa emprestada pois o Estádio do Bonfim é obsoleto e a UEFA não autoriza que se disputem lá jogos internacionais, resultado que os deixa quase certamente fora da prova.

Mas vamos voltar a Dezembro do ano anterior. O Setúbal atravessa uma grave crise financeira que culmina na rescisão de contratos de alguns jogadores por não receberem salários, além da saída do treinador. A equipa estava bem classificada, apesar dos problemas financeiros, e Hélio (que a partir do momento que se tornou treinador ficou miraculosamente a ser conhecido por Hélio Sousa, apelido esse que em 15 anos de carreira nunca ninguém ouviu falar) foi o escolhido pela direcção para tentar manter o Vitória no bom caminho, pelo menos para não deixar a equipa cair na luta pela manutenção.

Apesar dos parcos recursos do clube, Hélio consegue manter o Vitória na 7ª posição e perde a final da Taça para o Porto, campeão nacional.

Durante o defeso, o presidente do Setúbal apesar de não cumprir as exigências da UEFA quanto à sustentabilidade económica do clube para participar numa competição europeia conseguiu “forjar” uma declaração de admissibilidade por parte da FPF, que alargou o prazo para essa certidão ser apresentada em 15 dias e mesmo assim a apresentada era e é de uma validade muito duvidosa.

Na nova época nota-se novo desinvestimento na equipa de futebol, com o clube a recorrer mais do que nunca a jogadores emprestados por outras equipas para formar plantel, pelo que é noticiado os salários em atraso continuam. Tenho as minhas dúvidas que actualmente o Vitória tenha viabilidade para estar na Superliga, quanto mais participar nas competições europeias. Além do orgulho próprio, não sei porque pugnam tanto os dirigentes do Vitória em participar nas provas da UEFA, visto que o clube está na bancarrota e as provas da UEFA não lhes dão dinheiro nem prestígio (principalmente com esta equipa).

Agora surge-me a dúvida: quem paga por ter uma equipa fraca e não fazer mais na UEFA é o treinador? Que conseguiu o milagre de apurar o clube para a UEFA na época anterior? Um jogador que fez toda a sua carreira no clube, incluindo recusar propostas da 1ª Divisão quando o Setúbal desceu à 2ª por várias vezes por amor ao clube? É este o tratamento que os dirigentes do Vitória dão ao seu maior símbolo?

Perante isto só me resta desejar boa sorte ao Hereenveen para a 2ª mão da UEFA, repitam o resultado e mostrem à Europa que este Vitória com esta Direcção não merece sequer competir em provas internacionais!